É grande a indignação do povo. Vão à Câmara pedir a Labão que mande a polícia libertar Teotónio Louvadeus. Rosa Maria vai mais longe. Ameaça. É no meio da balbúrdia que chega Pirraça. Puxa por Gaudêncio que vem jurar ter visto o Bruno Lêndeas na estrada para Trancoso com um grupo de ciganos. Enfeitiçado por uma cigana que lhe dera uma mezinha. A explicação é boa para o povo, é boa para Labão. Este propõe a Gaudêncio ir ao Posto contar tudo o que viu. Gaudêncio concorda. E nunca mais se fala de Bruno Lêndeas.
Passam-se longos meses. Manuel Louvadeus e Manuel do Rosário saem finalmente da prisão. Despedem-se um do outro à beira da estrada, no sítio onde Gaudêncio vem buscar Manuel do Rosário para o levar a salto até França. Manuel Louvadeus segue para Bouça do Rei. Entra na taberna. Bebe um copo com Nacomba, inteira-se dos progressos da florestação e da miséria que vai pela terra. O governo ganhou.
Manuel do Rosário a caminho da fronteira com Gaudêncio. Juntam-se-lhes dois companheiros de viagem. Gaudêncio, cauteloso, ainda assim não deu por dois guardas-fiscais que os espreitam na sombra de um rochedo. Um dos guardas parte a avisar o Cabo. Mais à frente, já com Espanha à vista, ajeitam-se como podem, camuflados por uma árvore. Esperam pela noite para arriscarem a passagem.
Em Bouça do Rei, Montalto dispensa o Sargento. Manuel Louvadeus chega a casa. A alegria de rever mulher e filha tolda-se com a notícia da hipoteca que a família foi forçada a fazer. Vai à Rochambana. Pede perdão ao pai por não ter estado presente. Jaime, contente, vai buscar Rosa e anuncia que a pediu em casamento. Manuel confirma que a única solução que lhe resta é ir ao Brasil buscar o ouro que lá deixou. Vai à vila pedir conselho a Rigoberto. Decide-se a partir.
MAIS INFO"Quando os Lobos Uivam", uma série baseada no romance homónimo de Aquilino Ribeiro, adaptada por Francisco Moita Flores. Retrata a saga dos beirões em defesa dos terrenos baldios durante a ditadura, nos finais dos anos 40 e início dos anos 50.