Recortado pelas cores do entardecer, um lobo uiva. O som ecoa pela serra. Na Rochambana, Teotónio Louvadeus e Jaime conversam e ceiam junto à lareira. Noutro local da serra, Bruno e Filomena beijam-se. Filomena empurra-o, procura compor-se, está ansiosa, quer chegar a casa antes de Jaime.
Na manhã seguinte, em Arcabuzais, Jaime fala dos lobos, fala do pai, Filomena diz-lhe que já não acredita no regresso do marido, nem crê que esteja vivo. Jorgina tão-pouco está muito convicta.
Em Bouça do Rei, Lêndeas cumpre a sua função de bufo e vem relatar a Labão, presidente da câmara, que acaba de ver o Dr. Rigoberto a ser levado pela Guarda, conta-lhe ainda que Rebordão saiu a altas horas da noite e que voltou com um embrulho de jornais. Preocupação de Labão. Enquanto isso, no posto da Guarda, o Tenente Montalto, mais do que interrogar o Dr. Rigoberto, tenta dissuadi-lo por meio de ameaças de continuar com as suas actividades subversivas.
Jaime confessa ao avô as dúvidas que se levantam em torno do regresso do pai, mas Teotónio, firme, procura reacender no neto a esperança de voltar a ver Manuel Louvadeus.
Labão partilha as suas preocupações com Montalto. Na serra, Teotónio alimenta um lobo.
Os membros mais abastados da sociedade de Bouça do Rei entregam-se em dia de sol às delícias de um piquenique, quando Labão, vestido de Comandante da Legião, vem com Montalto comunicar as suas preocupações em relação à segurança da região.
Algumas semanas depois, chegam os Engenheiros Streit e Fontalva a Bouça do Rei, são recebidos por Labão. O governo decidiu pôr um ponto final nos baldios. A florestação dessas terras abandonadas traz riqueza e força à indústria. Estão ali para isso...
MAIS INFO"Quando os Lobos Uivam", uma série baseada no romance homónimo de Aquilino Ribeiro, adaptada por Francisco Moita Flores. Retrata a saga dos beirões em defesa dos terrenos baldios durante a ditadura, nos finais dos anos 40 e início dos anos 50.