Nacomba, Pirraça e Justo passaram três meses na prisão. No Largo da Igreja, família e amigos à espera da camioneta que os traz de volta à terra. Beijos, abraços, matam-se saudades.
Montalto refreia o Sargento, que está ávido de entrar em acção contra o ajuntamento. Manda-o para a serra.
Na Cadeia da Relação do Porto, lá estão ainda na sua cela Manuel Louvadeus e Manuel do Rosário. Manuel Louvadeus conta ao amigo que é rico. Que o ouro que encontrou ficou no Brasil, escondido, porque o homem que lho escondeu está morto. Mas que tem esperança ainda de um dia vir a encontrar a fortuna que perdeu.
Nessa mesma noite, a meio do sono, Manuel Louvadeus tem um sobressalto. É isso mesmo! Sabe onde está o ouro. No buraco do tatu! O Serôdio, companheiro de garimpo, apanhara um e mal lhe tapara o buraco. Nessa altura dissera-lhe que não havia melhor esconderijo. Era lá que tinha de estar o ouro!
Em Bouça do Rei, também o Lêndeas acorda a meio da noite. Acorda aos berros. Sangra da mão esquerda, um dedo roído pelos ratos. Desinfecta com petróleo. Mas passa mal a noite, as dores não o deixam dormir, levanta-se ainda de madrugada para um golo de bagaço.
Pela manhã, o braço está roxo. Resiste a chamar o médico para não gastar dinheiro.
Bruno continua a fazer das suas. Procura seduzir Jorgina. Provoca Teotónio.
Lêndeas piora. Quando o médico chega é tarde. Ainda lhe dá penicilina, mas os dias de vigarice e traição do velho Lêndeas parecem estar a chegar ao fim.
A altas horas da noite, Rigoberto corre a serra à procura de Pirraça, recomenda-lhe que não faça nada ? a Guarda está em alerta, o Lêndeas está a morrer, seria perigoso. Na vila, Lêndeas morre.
MAIS INFO"Quando os Lobos Uivam", uma série baseada no romance homónimo de Aquilino Ribeiro, adaptada por Francisco Moita Flores. Retrata a saga dos beirões em defesa dos terrenos baldios durante a ditadura, nos finais dos anos 40 e início dos anos 50.