O Buick de Salazar vira para a Barbosa du Bocage. O carro pára. Dá-se a explosão. Uma enorme nuvem de pó tira a visibilidade do sucedido. A poeira assenta. Não se vê vivalma. Apenas uma enorme cratera e o Buick ao fundo, coberto de pó e de detritos. Entre os conspiradores, é grande a festa. Granja não tem dúvidas de que o "porco" morreu. Por fim, Emídio Santana, desalentado informa-os de que o atentado falhou. Salazar não sofreu um arranhão. É a desilusão. Começa a investigação. Agostinho Lourenço vai dirigir a operação e não haverá casa, nem abrigo, nem estrada, nem cidade, nem aldeia, nem serra, nem pedras que possam esconder os autores do atentado.
MAIS INFO A história do atentado ocorrido em 1937 contra o Professor Oliveira Salazar
Verão de 1937. O Estado Novo atingiu o apogeu e Salazar governa em Ditadura. Agostinho Lourenço, chefe máximo da Polícia de Vigilância e Defesa do Estado, construiu a principal arma para perpetuar o poder do Ditador. A continuada repressão levou à criação do campo do Tarrafal, em Cabo Verde, onde estão exilados os principais dirigentes da oposição. É neste contexto que é desferido um portentoso ataque à bomba contra Salazar. Mas um erro de cálculo, na colocação da bomba, frustrou o atentado contra o presidente do Conselho. A explosão foi violenta, mas não chegou, sequer, a feri-lo. As coisas não correram bem, o que despoletou uma caça ao homem. Mas afinal quem foram os responsáveis?