Em Atenas, na Grécia, encontrámos Amin, um pai sozinho e extremamente dedicado, com os seus dois filhos. Fugiram do Afeganistão e sobreviveram à travessia do Mediterrâneo que já matou cerca de 19 mil pessoas. Vivem com pouco mais de 300 euros por mês. As crianças de Amin não entendem porque estão longe da mãe e do irmão. É difícil explicar. A família conta com o apoio do Serviço Jesuíta aos Refugiados (SJR), onde conheceram a portuguesa Francisca Onofre.
No Uganda, Denis é um dos poucos homens parteiros e no hospital de Adjumani faz mesmo a diferença. São muitas as refugiadas sul-sudanesas que aqui vêm dar à luz, em segurança.
No total, mais de 500 mulheres morrem, todos os dias, devido a complicações evitáveis durante a gravidez ou o parto em países com conflitos. O Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA) não desiste de tentar contrariar as estatísticas: luta pelo direito ao acesso à saúde sexual e reprodutiva para todas as mulheres e para que todas as mães tenham partos seguros.
MAIS INFO Promover a Cidadania e os Direitos Humanos, sem deixar ninguém para trás
Mais de 70 milhões de pessoas no mundo foram forçadas a fugir dos seus países ou a deslocar-se nos seus próprios países, devido a guerras, conflitos ou perseguições. Nunca houve tantos refugiados no mundo: 26 milhões de pessoas. Por sua vez, o número de deslocados ultrapassa os 40 milhões. E estes números não param de crescer.
A quinta temporada de "Príncipes do Nada" é dedicada a estas pessoas que, de um dia para o outro, se viram obrigadas a fugir. Gente que ficou sem um prato de comida, sem acesso a medicamentos, sem um tecto para proteger os filhos. E que, por entre fronteiras, procura uma nova esperança. Mas este é também - e sobretudo - um programa para todos os que não são refugiados.
Catarina Furtado e a sua equipa de "Príncipes do Nada" entraram nos campos de refugiados da Grécia, do Líbano, do Bangladesh e do Uganda. Percorreram ainda a Colômbia para conhecer as histórias dos migrantes venezuelanos, mas também dos milhões de deslocados colombianos. Em cada destino, procuraram retratar as difíceis condições em que os refugiados vivem, assim como conhecer o seu passado e os seus desejos para o futuro.
O importante trabalho das várias organizações humanitárias no terreno - Fundo das Nações Unidas para a População, Programa Alimentar Mundial, Serviço Jesuíta aos Refugiados, entre tantos outros, - também mereceram toda a atenção. E foram dezenas as entrevistas realizadas por Catarina Furtado, embaixadora da Boa Vontade do Fundo das Nações Unidas para a População, para dar voz a quem lhes foi retirado esse direito.