Catarina e a sua equipa acompanham na Ilha do Príncipe, em São Tomé, o trabalho diário de duas missionárias, Eufrosina e Maria da Conceição, da Congregação Irmãs Servas da Sagrada Família. Aos 72 anos, Eufrosina não se cansa de percorrer todas as semanas, a pé, a cidade de Santo António. O objetivo é dar apoio àqueles e aquelas que não conseguem deslocar-se até à igreja, também para receberem a comunhão.
Na Ilha do Príncipe, os idosos, outrora respeitados e admirados pela sua sabedoria de vida, são hoje muitas vezes abandonados e mal-tratados.
Nesta emissão, visitamos, com as irmãs, a Casa Betânia que acolhe idosos e outras pessoas em situação de pobreza ou deficiência, como Vítor, que aos 42 anos vive a maior parte dos seus dias deitado numa cama por ter ficado paraplégico num acidente. Tempo ainda para uma passagem pelo Hospital da Ilha, onde doentes e recém-mamãs recebem a visita e o apoio das duas Irmãs Missionárias.
O seu testemunho de fé e entrega, diariamente com grandes obstáculos e tão escassos recursos, é impressionante!
Seguimos depois para Moçambique, para Monapo, na Província de Nampula.
É lá que vamos conhecer o projeto Apoio à Criança da Associação de Defesa do Património de Mértola (ADPM), presente há 15 anos no município de Monapo.
Na Comunidade 25 de Junho de Nampaco, zona rural e interior do vasto distrito, assistimos ao trabalho da equipa de Saúde Comunitária no combate à malnutrição das crianças e no apoio às famílias com menor acesso a cuidados de saúde.
Em parceria com o Camões, Instituto da Cooperação e da Língua, a ADPM construiu uma maternidade em Napala, reduzindo o número de partos não assistidos fora das unidades sanitárias, contribuindo assim para a redução da mortalidade materna e neo-natal.
Em 2016, mais de 600 mulheres deram à luz em segurança nesta maternidade.
O acompanhamento pré-natal, pós-parto e o planeamento familiar são hoje uma realidade visível em Napala.
Também o Centro de Saúde da Vila de Monapo beneficiou dos apoios da ADPM e do Camões. Foi remodelado há três anos e, desde então, as melhorias são evidentes: mais camas e melhores condições na maternidade; mais consultas de adultos e pediatria; maior acesso a medicamentos; gabinete de atendimento a adolescentes e jovens orientado para a saúde sexual e reprodutiva.
Em todos os episódios de Príncipes do Nada abordamos alguns dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que devem ser implementados até 2030 (agenda da ONU) e que dizem respeito aos países desenvolvidos e aos países em desenvolvimento.
Neste episódio debruçamo-nos sobre o ODS 1 (erradicar a pobreza), o ODS 2 (erradicar a fome) e o ODS 3 (saúde de qualidade).
MAIS INFOPríncipes do Nada
Príncipes do Nada pretende promover a cidadania e os Direitos Humanos
Esta nova série dos Príncipes do Nada será gravada na Guiné, Turquia, Timor, Camboja, Brasil, Guatemala, Angola, Portugal e São Tomé e Príncipe. Formato televisivo português emitido pela RTP, criado em coautoria entre a Embaixadora da Boa Vontade do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP), Catarina Furtado, e o realizador Ricardo Freitas. Reportando as histórias e as experiências dos que, em contextos adversos, lutam pela melhoria das condições de vida das populações mais desfavorecidas, o programa Príncipes do Nada pretende promover a cidadania e os Direitos Humanos. O programa abrange temas tão urgentes como a excisão feminina, os sistemas de saúde deficitários, o trabalho infantil, a fome, o acesso à educação, a desigualdade de género, as crises humanitárias e a sobreexploração de recursos naturais. Em Portugal, Príncipes do Nada também tem acompanhado o trabalho inspirador de várias organizações, associações e voluntários que tentam melhorar as condições de vida dos mais vulneráveis, como é o caso dos idosos deixados à solidão ou dos refugiados que arriscam a sua vida fugindo de zonas de conflito. Em cada episódio, mergulhamos em realidades dramáticas através de exemplos de esperança, que mostram como o valor da vida pode e deve ser sempre a prioridade. Príncipes do Nada foi distinguido como o melhor programa de televisão em 2010 pela Associação Portuguesa de Telespetadores. O projeto estende-se ainda ao universo online, através da produção de conteúdos específicos para o seu website e página de Facebook.