Na Guiné-Bissau: o relato de Mariama, uma jovem vítima de casamento forçado, emociona Catarina e a sua equipa durante a estadia em Bafatá. Através do caso desta jovem, somos alertados para a cruel realidade de que, todos os anos, 15 milhões de meninas e jovens são forçadas a casar antes dos quinze. Assim começa o 5º episódio do programa Príncipes do Nada. Mariama está agora sob a proteção da organização não governamental (ONG) SOS Crianças Talibés, que acolhe crianças e jovens em situação de risco. A prioridade da instituição é combater as redes de tráfico e exploração infantil entre a Guiné e o Senegal. Por isso, além de um centro de acolhimento, a ONG tem ainda um centro escolar que possibilita a realização de estudos corânicos. Esta iniciativa quer evitar que os pais guineenses entreguem os seus filhos a "falsos professores", que prometem levar as crianças para o Senegal com o intuito de estudar o Alcorão e depois acabam por escravizá-las. Talibés é o nome dado a estas crianças que são obrigadas a mendigar dinheiro e comida nas ruas. Estima-se hoje que cerca de 50 mil rapazes, entre os 5 e os 15 anos, têm sido submetidos a maus-tratos no Senegal. De entre estes, muitos são guineenses.
Na Ilha de Moçambique (pela primeira vez, os Príncipes do Nada visitam esta ilha), Catarina e a sua equipa conhecem o projeto Cluster da Cooperação Portuguesa. A Ilha de Moçambique, classificada pela UNESCO como Património da Humanidade desde 1991, tem sido alvo de várias intervenções implementadas pelo Camões, Instituto da Cooperação e da Língua. O ensino técnico-profissional é uma das apostas do projeto através da Escola Profissional da Ilha de Moçambique (EPIM). A visita da nossa equipa estende-se à residência da escola, cujo objetivo é combater o abandono escolar dos que são de longe. Aqui, vivem 260 alunos. São ouvidos alguns dos seus sonhos. O Cluster tem também apostado no ensino pré-escolar e na aprendizagem do português, na preservação e na reabilitação do património histórico-cultural, bem como na gestão e no ordenamento territorial e urbanístico. A intervenção do projeto Cluster na Ilha começou em 2011 e irá continuar até 2018. Conta com o apoio de diferentes parceiros portugueses e moçambicanos.
Em todos os episódios de Príncipes do Nada abordamos alguns dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que devem ser implementados até 2030 (agenda da ONU) e que dizem respeito aos países desenvolvidos e aos países em desenvolvimento. Neste episódio debruçamo-nos sobre o ODS 4 (educação de qualidade), o ODS 8 (trabalho digno e crescimento económico), o ODS 5 (igualdade de género) e o ODS 10 (reduzir as desigualdades).
MAIS INFOPríncipes do Nada
Príncipes do Nada pretende promover a cidadania e os Direitos Humanos
Esta nova série dos Príncipes do Nada será gravada na Guiné, Turquia, Timor, Camboja, Brasil, Guatemala, Angola, Portugal e São Tomé e Príncipe. Formato televisivo português emitido pela RTP, criado em coautoria entre a Embaixadora da Boa Vontade do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP), Catarina Furtado, e o realizador Ricardo Freitas. Reportando as histórias e as experiências dos que, em contextos adversos, lutam pela melhoria das condições de vida das populações mais desfavorecidas, o programa Príncipes do Nada pretende promover a cidadania e os Direitos Humanos. O programa abrange temas tão urgentes como a excisão feminina, os sistemas de saúde deficitários, o trabalho infantil, a fome, o acesso à educação, a desigualdade de género, as crises humanitárias e a sobreexploração de recursos naturais. Em Portugal, Príncipes do Nada também tem acompanhado o trabalho inspirador de várias organizações, associações e voluntários que tentam melhorar as condições de vida dos mais vulneráveis, como é o caso dos idosos deixados à solidão ou dos refugiados que arriscam a sua vida fugindo de zonas de conflito. Em cada episódio, mergulhamos em realidades dramáticas através de exemplos de esperança, que mostram como o valor da vida pode e deve ser sempre a prioridade. Príncipes do Nada foi distinguido como o melhor programa de televisão em 2010 pela Associação Portuguesa de Telespetadores. O projeto estende-se ainda ao universo online, através da produção de conteúdos específicos para o seu website e página de Facebook.