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Geossítios | Fajã Lávica da Vila do Corvo|17 set. 2024
As fajãs são zonas aplanadas na base de arribas, e podem ser detríticas -quando se relacionam diretamente com a evolução natural das arribas litorais, típicas de ilhas vulcânicas, e com os movimentos de massa que levam a uma acumulação de material detrítico na base da arriba.
Mas, as fajãs podem também ser lávicas, aquilo a que chamamos deltas lávicos, e estas fajãs formam-se quando uma escoada lávica, durante o seu percurso, galga uma arriba e avança sobre o mar.
A vila do Corvo está instalada numa fajã deste tipo, que foi formada por escoadas lávicas basálticas que foram emitidas pelo Morro da Fonte, um cone de escórias sobranceiro à vila.
Uma porção considerável desta fajã está coberta por pedra pomes, lahars e outros depósitos piroclásticos que se associam à atividade vulcânica do vulcão central da ilha, que acabou por formar o atual Caldeirão.
A norte da fajã está a arriba fóssil que evidencia o limite da ilha antes da erupção do Morro da Fonte e na zona frontal, surgem vários cordões lávicos, que são muito comuns em escoadas que avançam mar adentro, e que, neste caso, formam os conhecidos "caneiros do Corvo" que são um spot de mergulho muito procurado.
Este local assume especial relevância por ser o único lugar habitado da ilha, com uma arquitetura muito característica.
Na vila do Corvo está localizado o Centro de Interpretação de Aves Selvagens, gerido pela SRAAC e delegação de ilha do Açores Geoparque Mundial da UNESCO.
Trata-se de um geossítio do Geoparque Açores com relevância regional e interesse científico, educacional e geoturístico.