A questão da continuidade da União Europeia faz correr tinta há anos, alimentada por processos como o Brexit e pela falta de consenso interno em decisões chave - encabeçada quer pelas superpotências europeias (a França e a Alemanha) quer pelas "democracias iliberais" (como a Polónia e a Hungria), consoante a natureza das políticas em causa.
Mas a resposta da UE à pandemia da Covid-19 produziu resultados positivos, como a centralização da compra e distribuição de vacinas e o desenvolvimento de planos de recuperação económica. E a Guerra da Ucrânia parece ter unido os estados-membros sob a bandeira das doze estrelas douradas contra um inimigo comum: a Rússia. Esta coesão em prol de um benefício maior traduziu-se, por exemplo, na definição rápida de sanções ao Kremlin e na mobilização de milhares de milhões de euros do orçamento europeu para a compra de equipamento militar destinado ao esforço de combate ucraniano.
Serão estes sinais de que a Europa é capaz de pôr de parte as diferenças e caminhar no sentido de uma maior unificação? O que pode mudar? Deve a UE ter capacidade de legislar sobre matérias que tradicionalmente são tratadas ao nível nacional? Com a candidatura de novos países à UE, qual será a sua política de expansão? Que papel terão as superpotências europeias na resolução dos desafios que a Europa enfrenta?
Neste Fronteiras XXI vamos debater os fatores que podem reforçar e ameaçar a coesão da União Europeia. Com o ex-Ministro da Defesa e da Administração Interna Nuno Severiano Teixeira, o Embaixador da União Europeia no Reino Unido João Vale de Almeida, a ex-Secretária de Estado da Defesa Nacional Ana Santos Pinto, e o Embaixador jubilado Fernando d´Oliveira Neves. A moderação estará a cargo da jornalista da RTP Ana Lourenço.