Ressuscitar espécies extintas, um processo no centro de dilemas éticos e ecológicos
Apesar dos esforços de conservação sem precedentes, Sudan, o último macho de rinoceronte-branco-do-norte, morreu no Quénia em 2018. A notícia causou comoção global: Sudan é o símbolo de uma grande crise, a da sexta extinção em massa. Todos os anos, espécies animais e vegetais desaparecem para sempre, fragilizando a biodiversidade. Mas, graças aos avanços na engenharia genética e na biotecnologia, os cientistas estão a imaginar a possibilidade de fazer renascer o que se pensava estar perdido para sempre.
Os programas de investigação estão a surgir por todo o mundo. Seleção genética inversa, clonagem de indivíduos mortos ou edição do genoma para transformar uma espécie viva numa espécie extinta. Os investigadores estão a expandir os limites da ciência numa tentativa de ressuscitar a biodiversidade que desapareceu. À medida que estes projetos proliferam, as promessas oferecidas pela desextinção fascinam tanto quanto preocupam. Para além das consideráveis diferenças técnicas, este processo está no centro de dilemas éticos e ecológicos que obrigam o ser humano a reexaminar a sua relação com a natureza. Perante a sexta extinção em massa, será a desextinção uma nova esperança?