No Planalto mirandês a gaita é o instrumento de estar, de ouvir, de bailar, de acompanhar cada movimento festeiro ou de devoção. E quando se grita viva la gaita quer-se dizer viva o gaiteiro, o principal protagonista de qualquer festejo. À beira desta fogueira um velho falou-nos das escapadas do seu tempo ocorridas a seguir ao Natal, nos dias dedicados a Sto Estevão e S. João Evangelista; casados primeiro, solteiros depois defendiam o respectivo gaiteiro das perseguições que haviam de culminar com a destruição da gaita de foles. Naquilo que hoje poderíamos apresentar como um episódio pitoresco da vida campestre morava, afinal, uma memória funda da disputa simbólica entre o novo e o velho pelo domínio da vida comunitária