Quatro mulheres, em Portugal, na Colômbia e no México, lutam contra a desflorestação e por uma melhor gestão do património vegetal
Nos últimos 30 anos desapareceram 420 milhões de hectares de floresta em todo o mundo, o equivalente a um campo de futebol por segundo. Nas últimas duas décadas, as populações foram tomando consciência dos riscos que esta desflorestação implica. Cada vez mais pessoas estão a tomar medidas para combater esta catástrofe previsível, muitas das quais mulheres.
O documentário de Floriane Brisotto e Pascal Sarragot revela as lutas e vitórias de quatro mulheres que protegem plantas, replantam florestas, lutam contra a desflorestação e por uma melhor gestão do património vegetal. Com elas, compreendemos a importância do que está em causa: 40% da superfície florestal total foi destruída.
Todos os anos desaparece o equivalente à superfície de Portugal. É assim tão difícil reunir pessoas de boa vontade para plantar árvores das quais dependemos vitalmente? É, e requer muita energia, vontade e persuasão. Tal como dezenas de outras pessoas por todo o mundo, quatro mulheres estão a mobilizar voluntários para agir. Milène Matos, perto do Porto, em Portugal, com a BioLiving, luta contra as consequências da exploração irracional do eucalipto, uma árvore originária da Austrália e vetor de incêndios devastadores; Daisy Tarrier, no norte da Colômbia, fundou a Envol Vert para revalorizar as florestas secas em vias de extinção; a bióloga marinha Raquel Gaspar, em Portugal, recorda, com os voluntários da sua associação Ocean Alive, que os prados subaquáticos são essenciais não só para a fauna aquática, mas também para a regeneração do oxigénio. Os prados subaquáticos absorvem mais 30% de carbono do que a mesma área de floresta; Cécilia Sanchez, na costa do Pacífico, no México, dirige há vinte anos o Maya Nut Institute, cujo objetivo é recolocar a noz maia no centro da alimentação das comunidades. Ao promover o seu regresso, as nogueiras maias, que estão em perigo, retomam o seu lugar na floresta. Estas quatro mulheres, fortes e lutadoras, dedicam as suas vidas a questões essenciais. Sem florestas não sobrevivemos!