Anabela Mota Ribeiro traz-nos Os Filhos da Madrugada. Entrevistas a homens e mulheres, nascidos e criados em democracia. Diferentes sensibilidades políticas. De diferentes áreas de trabalho e geografias. Um retrato concreto, particular do quotidiano do Portugal que hoje somos, 47 anos depois da revolução. Uma entrevista com a fadista Gisela João, a berdadeira, tal como assina na conta do Instagram. O seu primeiro trabalho é de 2013 e é um álbum homónimo. O fado, os fados de Amália, salvaram-lhe a vida, e isto não é retórica. Nasceu em Barcelos em 1983. O seu Portugal é o que vem do nada, do interior, que se faz à custa de si próprio. O que mais espanta em Gisela é a capacidade para desconcertar, mudar tudo de lugar, até o lugar do fado. Tradicional e subversivo ao mesmo tempo. Canta com fúria, sofrimento, é intensa, pega num samba de Cartola e percebe o que há em comum com o fado, canta viras e malhões, e no novo disco incorporou a música eletrónica.