Enquanto o navio-escola Sagres deixava Buenos-Aires e rumava em direção à Cidade do Cabo, a equipa da RTP rumava em direção ao extremo sul da Argentina, à Patagónia, para descobrir um dos ex-libris turísticos argentinos e um monumento natural sem par no planeta, os glaciares do Parque Nacional Los Glaciares. Destes, o mais conhecido e o mais bem conservado é o Perito Moreno, um gigantesco e imponente monstro branco de gelo, com cinco quilómetros de comprimento e 60 metros de altura. Estes glaciares, à semelhança do que se passa na Antártida, no Alasca ou na Gronelândia estão a sofrer danos irreversíveis devido às alterações climáticas. Mas aqui, uma outra ameaça espreita, uma ameaça cujos contornos a equipa da RTP vai desvendar no último episódio da série Fernão de Magalhães 2020, "Patagónia, glaciares ameaçados".
Um programa de Sofia Leite, com imagem de Filipe Valente, edição vídeo de Sérgio Alexandre, sonoplastia de Rui Soares e produção de Gonçalo Silva, Olinda Lambuça e Natacha Silva Frey
MAIS INFOPatagónia, Glaciares Ameaçados Comemorações dos 500 anos da viagem de circum-navegação de Fernão de Magalhães
No dia 21 de outubro de 1520, uma frota espanhola encontrou a passagem do oceano Atlântico para o Pacífico. À frente da expedição estava o navegador português Fernão de Magalhães, que havia de dar o nome ao Estreito. 500 anos depois, o navio-escola "Sagres", da Marinha portuguesa, iniciou uma viagem de circum-navegação para participar nas comemorações do quinto centenário.
Em janeiro de 2020, a RTP foi ao encontro da Sagres nas Canárias, acompanhou-a até Cabo Verde, depois voltou a esperá-la no Brasil e daí acompanhou-a até ao Uruguai e à Argentina.
Mas a viagem que era suposto durar um ano foi interrompida pela pandemia antes de chegar a meio. Das doze reportagens previstas, só foi possível realizar uma pequena parte. A série que começa a ser emitida em 22 de fevereiro compreende uma primeira reportagem realizada a bordo e três realizadas nas Canárias, no Brasil e na Argentina. O olhar panorâmico que esta série documental queria lançar sobre o que se tornaram, 500 anos depois, as economias e sociedades situadas na rota de Magalhães viria finalmente a focar-se num universo hispanófono e lusófono - por ironia da vida, um condensado das ambiguidades que rodeiam a reivindicação de méritos desta viagem, meio portuguesa, meio espanhola.