Nesta primeira parte é documentada a vida de António-Pedro Vasconcelos, desde que nasce em Leiria até à sua ida para Lisboa ainda adolescente, o início da carreira no cinema, com a passagem por Paris - e pela Cinemateca Francesa, onde fez a sua formação -, a imensa actividade como crítico, até aos primeiros documentários e as duas primeiras longas-metragens, "Perdido Por Cem" e "Oxalá", em que os argumentos escritos pelo próprio realizador, e trabalhados à medida que se ia filmando, e um texto narrativo também por ele dito em voz off, conferem aos filmes um carácter mais confessional, onde é assumida a influência da Nouvelle Vague francesa. Depois fala-se e refete-se sobre "O Lugar do Morto", o maior êxito de público do cinema português até então e que foi o primeiro filme português a demonstrar que uma história bem construída e bem interpretada consegue tocar e mobilizar os espetadores. Com "Aqui D"el Rei!", que o realizador acabou por transformar numa série de TV, em co-produção com França e Espanha e abordamos também a forma como conduziu com sucesso os tempos de antena da campanha de Mário Soares nas eleições de 1986 para Presidente da República. Espaço ainda para uma reflexão sobre o longo período de silêncio que se seguiu ao "Aqui D"el Rei!", oito dolorosos anos sem filmar.