A história dos santos (a hagiografia) é, à falta de melhor termo, diversa e envolta em mitos de difícil (se não impossível) comprovação. E é no norte de Portugal que esta fé na vida de grandes homens e mulheres se manifesta com maior fervor e dimensão. Separados por séculos, estes dois santos têm histórias, vidas e legados muito distintos.
São Vítor de Braga, cujo nome foi atribuído a uma das maiores paróquias da cidade de Braga e cuja igreja é um dos mais belos exemplos da arte barroca em Portugal, é um santo mártir e pouco mais se sabe. Cristão em território romano, no século IV, aquando das perseguições de Dioclesiano, este jovem foi decapitado após renunciar ao politeísmo reinante. Lenda atrás de lenda e passados tantos séculos desde o seu martírio, a veracidade da sua existência continua a ser colocada em causa.
Já Santa Senhorinha, padroeira das Terras de Basto, no norte profundo do nosso país, tem uma vida muito mais documentada e um nome invocado ainda hoje pelas gentes da zona. Fidalga da região e monja desde tenra idade, por influência da sua tia Santa Godinha, são-lhe atribuídos inúmeros milagres de multiplicação de alimentos, entre outros. Para maiores provas da fé popular nesta santa, é curioso ver o número de mulheres com o seu nome que ainda hoje habitam a zona de Basto.