Montalegre foi e é o coração palpitante da bruxaria e do saber medicinal popular. Mas os remédios de que falaremos hoje comem-se e bebem-se à mesa ou debaixo de um castanheiro com uma navalha na mão. No Parque da Peneda Gerês vamos pelo caminho dos pastores de cabras. Argentino e Paulo fizeram disto um trabalho e uma paixão de liberdade. Outro apaixonado fomos encontrar já em Salto na fronteira entre o Minho e Trás-os-Montes. Victor Bruno delicia-nos com o orgulho pelas suas vacas barrosãs que lhe respondem ao afeto e à voz. As pessoas boas desta terra não têm comparação. A sesta é na aldeia de Medeiros já com a barragem ao pé. E a seguir é navalha na mão para cortar presunto e outros enchidos raros das mãos de Boaventura Moura. De cajado na mão não se metam com ela. A Mariana, a pastora mais guerreira do Barroso e os seus fiéis ajudantes que conduzem o rebanho pelas terras montanhosas da fronteira em Santo André não são para brincadeiras. Agora a sério, é a sua ternura pela terra e pelos seus animais e os pastos ricos de Montalegre que depois vão dar produtos ímpares das suas ovelhas.