A Pianista

Filme-sensação de Cannes 2001 do cineasta austríaco Michael Haneke com Isabelle Huppert, Annie Girardot e Benoît Magimel

Erika Kohut, uma mulher solteira na casa dos 40, é professora de piano no Conservatório de Viena. Vive com a sua exigente e dominadora mãe, numa relação de mútua dependência. Erika tem comportamentos estranhos e mórbidos. Visita sex-shops, observa casais a fazer amor e mutila-se sozinha na casa de banho. Um dia, aceita um novo aluno, o jovem Walter Klemmer, jogador de hóquei no gelo e estudante de engenharia que está fascinado por ela. Porém, Erika vai arrasta-lo para uma relação amorosa demencial e perigosa que só pode ter um desfecho doloroso.

Com Brincadeiras Perigosas em 1997 o cineasta de origem germânica Michael Haneke obtinha um estrondoso sucesso com um filme em que explorava um gosto muito particular pela violência mais demencial, de forma tão surpreendente quanto impressionante. Quatro anos depois, Haneke, confirmava o seu talento nestes domínios com o ainda mais impressionante, violento e demencial A Pianista. Filme sensação em Cannes, que lhe concedeu a Palma de Ouro e os prémios feminino e masculino de interpretação, A Pianista , parte de um argumento adaptado do romance-choque de Elfriede Jelinek, sobre uma professora de piano em Viena, especializada em Schubert e Schumann e fascinada pelos universos da pornografia, do sexo inconsequente e pela automutilação. Haneke constrói um filme em torno de aberrações sexuais e comportamentos patológicos com uma espantosa sofisticação, fascínio e elegância, transformando este drama de estranhos desejos e mórbidas relações num espantoso jogo de mistérios e surpresas. Isabelle Huppert, Annie Girardot e Benoît Magimel são admiráveis nos principais papéis deste filme tão perturbador e desconcertante quanto irresistível e magnético.