ROBOCOP: O POLÍCIA DO FUTURO

Um dos maiores sucessos da década de 80 e um dos filmes de Ficção Científica mais hábeis e espectaculares de Paul Verhoeven.

Num futuro próximo a polícia é privatizada na América e em Detroit é controlada por uma grande empresa chamada Omni Consumer Products. O departamento de segurança da OCP projectou e construiu uma fabulosa arma contra o crime, cada vez mais incontrolável no meio da anarquia urbana em que se transformou a grande cidade americana. A arma é um poderoso robot, o ED 209, que se revela um enorme falhanço. Um jovem e ambicioso executivo produz uma espécie de ser vivo cibernético, o Robocop, meio-robot e meio-homem, criado a partir da mais sofisticada tecnologia e do cadáver do jovem agente da polícia Murphy, barbaramente assassinado numa missão. Programado com três directivas fundamentais, servir o público, defender a lei e proteger os inocentes, o Robocop é um sucesso imediato na luta contra o crime. Mas, a pouco e pouco, a sua componente humana vai tomando conta da estrutura cibernética e em breve o Robocop age e pensa independentemente dos seus controladores.

"Robocop", realizado por Paul Verhoeven, um cineasta holandês de reconhecido prestígio que assim se estreava no cinema americano onde iria realizar filmes de grande sucesso como "Reconhecimento Total" ou "Instinto Fatal", foi um dos maiores sucessos mundiais de 1987, que esteve na origem de duas sequelas no cinema e duas séries para televisão, uma de Animação e outra em imagem real. "Robocop" é, acima de tudo, uma fábula fantástica em atmosfera de thriller futurista que, partindo da típica situação do polícia solitário tentando vingar um crime particular, se assume como uma visão irónica e desconcertante sobre o choque do Homem com a Tecnologia. Um filme primorosamente construido como um grande espectáculo visual, onde a grande vedeta é, por ironia, a mais sofisticada tecnologia do cinema em matéria de efeitos especiais e visuais. Em última análise, "Robocop" é uma violenta fantasia futurista, de forte e irresistível carga satírica, sobre a condição humana e a sua dependência da máquina, aqui personificada por um ser híbrido, entre o Dirty Harry de Clint Eastwood e o 3PO da "Guerra das Estrêlas", um autêntico justiceiro da noite, armado, com licença para matar e dotado de circuitos integrados, à descoberta da sua dimensão humana por detrás da sua poderosa blindagem electrónica.