Um garoto imaginativo e um pai eternamente ausente é o pretexto para Luís Filipe Rocha construir uma bela crónica juvenil, com João Lagarto e José Afonso Pimentel.
Filipe tem treze anos e é um garoto solitário e introvertido cujo pai, um ambicioso e importante homem de negócios, raramente lhe dedica tempo e atenção. Um noite, surpreendente e inesperadamente, o pai anuncia-lhe que vão partir os dois de férias para os Açores. Filipe e o pai vão, ao longo de vários dias e no meio da mágica atmosfera das ilhas, ter tempo para se conhecerem e relacionarem como pai e filho pela primeira vez, e talvez pela última, nas suas vidas.
Luís Filipe Rocha assinou em 1996 a sua quinta longa metragem, em dez anos de carreira discreta e bem sucedida no cinema português. "Adeus, Pai" é um melodrama familiar sobre as relações de um garoto de treze anos com um pai eternamente ausente, ao longo de umas férias nos Açores que se vão revelar fascinantes e perturbadoras. Rocha, partindo de um hábil, sensível e inteligente argumento da sua autoria, reflecte de forma tocante, divertida e particularmente imaginativa sobre o universo emocional de um garoto no limiar da adolescência a tentar entender o Mundo circundante e as armadilhas ingratas da vida. Uma bela e simples realização de Rocha que conta com duas excelentes interpretações a cargo de João Lagarto e do jovem estreante José Afonso Pimentel, uma das grandes revelações do cinema português dos últimos tempos.