A Fronteira

Um melancólico e afetivo drama sobre as fronteiras entre o passado e o presente, entre a Grécia e os países vizinhos, entre a fuga e o regresso, entre a identidade pessoal e familiar.

Yannis Markou, um agente da polícia, descobre um dia, nuns documentos falsos de um marinheiro, o nome do seu pai e da sua terra natal. Mais tarde encontra a fotografia do seu irmão Stelios, que desertou do exército e, supostamente, tinha morrido afogado, nos ficheiros da polícia sob falsa identidade. Sob a capa de investigação policial, Yannis vai tentar localizar o irmão. Acaba por se recusar a cumprir as ordens dos seus superiores e continua, obstinada e obsessivamente, a sua busca, que o pode levar a trilhar o mesmo caminho da deserção e do anonimato que o irmão escolheu.

"A Fronteira" é uma bela primeira obra do jovem cineasta grego Panos Karkanevatos, que retoma o tema clássico da libertação do autoritarismo e da pressão familiar. Esta complexa e rica narrativa de fuga começa por ser um intrigante filme de busca, no caso, de um homem que tenta encontrar o irmão que julgava morto. Uma busca que se vai tornando não só obsessiva mas também numa nova trajetória de fuga, de deserção e rutura. Karkanevatos, no limite, cria um envolvente e melancólico drama, entre o tom afetivo e a atmosfera metafísica, sobre um múltiplo jogo de fronteiras: entre o passado e o presente, entre a Grécia e os países vizinhos, entre a fuga e o regresso, entre a identidade pessoal e familiar.