O primeiro filme de Jodie Foster como realizadora é uma bela e tocante fábula familiar sobre as atribulações de um garoto genial
Fred Tate parece um garoto normal, mas na verdade é um pequeno génio. Domina a matemática, toca piano de forma admirável e é um poeta inspirado. Vive com a sua mãe Dede, uma jovem empregada de mesa solteira, e não se adapta, naturalmente, à escola tradicional ou aos outros garotos da sua idade. Um dia a psicóloga Jane Grierson, que também foi uma criança-prodígio, interessa-se por Fred, a quem faz testes e leva a uma emissão televisiva de sobredotados. Depois inscreve-o num curso de Verão numa universidade, onde Fred vai descobrir que é muito difícil ter uma relação normal com os adultos, enquanto Dede sente grandemente a falta do filho. Por fim, Dede consegue impor a sua visão da situação e convencer Jane de que Fred, apesar de tudo, necessita de ter tempo para viver como um garoto.
Em 1991, Jodie Foster iniciava um novo capítulo na sua já longa e prestigiada carreira cinematográfica, passando à realização. Escolheu para filme de estreia atrás das câmaras "Mentes Que Brilham", um inteligente e sensível drama sobre as dificuldades de uma jovem mãe em se relacionar com um filho sobredotado. Partindo de um argumento de Scott Frank, Foster equaciona de forma simples e directa os problemas de relacionamento entre um garoto sobredotado e o Mundo circundante, ao mesmo tempo que vai percorrendo uma série de situações típicas que estes casos podem produzir, do aproveitamento sensacionalista dessas pequenas mentes geniais ao isolamente e inadaptação dessas crianças-prodígios, incapazes de terem vidas normais e equilibradas. Foster assina um filme discreto, eficaz e envolvente, onde o destaque vai para um belo trabalho de actores, com ela própria a assumir o principal papel e a revelar um novo e jovem intérprete de grande talento, Adam Hann-Byrd.