Quem embarca em Stª Apolónia, com toda aquela agitação de pessoas a "formigarem" com sacos e malas na mão, não pode imaginar que duas horas depois poderá desembarcar na estação de comboios mais calma do mundo: a estação do Fratel, situada no concelho de Vila Velha de Ródão.
O Horácio (Guilherme Leite) é Chefe de Estação no Fratel, terra de azeite e água. Azeite das oliveiras, que dão emprego e vida à região, e água do alto Tejo, que serpenteia serra abaixo, sempre com a linha de comboio ao lado.
É neste local de lindas paisagens que meia dúzia de pessoas vivem a nostalgia das memórias da sua estação, que são afinal as memórias da sua vida : o chefe Horácio, a mulher Isaura (Henriqueta Maia), a guarda de linha Jacinta (Cecília Guimarães), o bagageiro Calado (António Joaquim), o Raul (Diogo Morgado) - licenciado em Antropologia que é taxista e bombeiro -, filho do senhor Madaíl (Ildeberto Beirão), dono da pensão que fica paredes meias com a estação.
Para elas o passado faz sentido, mas Mafalda (Anabela Teixeira) - a filha do chefe Horácio, que é jornalista em Lisboa - tenta mostrar-lhes um futuro de alternativas... ou talvez de incógnitas.
Além da Mafalda e do seu filho João, de 6 anos (João Leite), outras personagens acabam por alterar a aparente pacatez da vida daquela estação, como é o caso do engenheiro Tiago (José Meireles), que por motivos profissionais é para ali destacado por 3 anos, levando consigo o filho Martim (Francisco Garcia).
É num ambiente que nos transporta a um quotidiano de "tragicomédia" que se irá desenrolar a acção desta série, cuja autoria pertence a Guilherme Leite e que é escrita por uma equipa de autores portugueses, dirigida por José Jorge Letria, e que conta ainda com banda sonora original de Vitorino.