
29 Set 2018
Uma co-produção excelente sobre os ecos da I Guerra num hotel da Madeira, onde tudo deixou de ser como era...
O ano de 1914, com o início da 1ª Guerra Mundial, põe fim à "belle époque".
Num luxuoso hotel do Funchal, preferido pela aristocracia europeia, ecoa o estrépito do grande cataclismo internacional.
Mas não só o turismo se ressente. A dificuldade de abastecimentos, consequência da guerra submarina e o declínio das exportações tradicionais abalam o arquipélago.
É neste clima de crise que o Hotel Bon Séjour vai mudar de mãos. O herdeiro do hotel, um jovem continental, julgava receber uma fortuna tranquila e vê-se a braços com uma calamidade. Preso às obrigações de um legado , aguarda, em desespero de causa, que a guerra acabe. Mas ela recrudesce.
Submarinos alemães chegaram a bombardear o Funchal e a provocar mortes entre a população civil. Náufragos de múltiplas nacionalidades, a salvo na Madeira, passam a ocupar, por requisição do Governo, as instalações do hotel, onde antes repousava, descuidada a alta-sociedade europeia.
Amores, conflitos, esperanças e desolação concentram-se na ilha que, surpreendida, se descobre parcela do mesmo mundo em ebulição. No entanto, 1918 aproxima-se. Com o armistício, tudo vai mudar. Mas nada será como dantes.
Na segunda metade do século XIX, a ilha da Madeira sofreu os terríveis efeitos de duas epidemias.
Por um lado, a filoxera que atacou a maior parte dos vinhedos da ilha, arruinou a produção e o comércio do vimho da Madeira.
Por outro, a "colera -morbus", que causou a morte de milhares de pessoas, dizimando famílias inteiras.
Recém-ultrapassadas estas duas calamidades, que provocaram profundos estragos no tecido social do arquipélago e recuperado o comércio e o turismo, uma nova crise económica assolou as ilhas.
Com a entrada de Portugal na guerra de 1914-1918, deixaram de passar pelo Funchal os navios que faziam o tráfego de passageiros e carga.
Se a filoxera e a cólera afectaram as famílias mais pobres, a nova situação criada pela guerra, abalou as famílias mais favorecidas - os exportadores e os hoteleiros.