Filme da realizadora portuguesa Catarina Vasconcelos, que explora a passagem do tempo e a intimidade da relação familiar
Beatriz e Henrique casaram-se no dia em que ela fez 21 anos de idade. Ela era uma árvore com raízes profundas, enquanto ele, marinheiro, pairava no mar. A sua relação fez-se de cartas, telegramas e até um vinil: no lado A uma carta, no lado B as vozes dos seis filhos.
Como oficial de marinha, Henrique passava largas temporadas no mar. Em terra, Beatriz, que aprendeu tudo com a verticalidade das plantas, cuidou dos seis filhos. Jacinto, o filho mais velho que sonhava poder ser pássaro, é pai da realizadora Catarina Vasconcelos. Um dia, subitamente, Beatriz morre. Beatriz não morreu subitamente, mas morreu quando Catarina tinha 17 anos de idade. Nesse dia, Catarina e o pai encontram-se na perda da mãe e a sua relação deixou de ser só a de pai e filha. Ao longo desta narrativa poética, os dois exploram a intimidade da relação familiar e a passagem do tempo, num percurso em que se apercebem de que partir é um requisito fundamental para o começo de algo novo.
Misturando documentário e ficção, o filme parte da história da família de Catarina Vasconcelos, com especial foco na avó paterna que nunca chegou a conhecer, e na própria mãe.