Filme do cineasta português João Mário Grilo com Carlos Daniel, Aurelle Doazan e Antonino Solmer, que retrata o processo que levou à destituição do Rei D. Afonso VI
Portugal oferecia neste tempo um estranho espectáculo à Europa. D. Afonso, filho do feliz D. João de Bragança, reinava, era louco e imbecil. A mulher, filha do Duque de Nemours, prima de Luís XIV, ousou conceber o projeto de destronar o marido. A estupidez do rei justificou a audácia da rainha. Apesar de ser senhor de uma força muito além do normal, de ter dormido durante muito tempo com a mulher, foi por ela acusado de impotência, e tendo Marie Françoise adquirido no reino, pela habilidade, o que Afonso tinha perdido pelo furor, fê-lo aprisionar (Novembro 1677) e depressa obteve de Roma uma bula que lhe confirmou a virgindade e lhe abençoou o casamento com o cunhado, Pedro.
O rei Luís XIV de França (1638-1715) decide que deverá ser uma francesa, Maria Francisca de Sabóia (1646-1683), a tornar-se na esposa do débil rei de Portugal, Afonso VI (1643-1683). Espera deste modo conseguir encontrar um aliado para a guerra contra a Espanha. O problema é que Afonso é um militar incapaz e um soberano medíocre que deixa o ministro Castelo Melhor governar no seu lugar. A rainha está bastante descontente com a situação e o seu irmão, D. Pedro (1648-1706), está à espera de uma oportunidade para suceder ao trono. Luís XIV decide enviar um emissário, Monsieur de Preyssac, para relembrar Afonso dos seus deveres como aliado. Só que o monarca não tem em conta o aviso. Entretanto, com a cumplicidade da rainha, o enviado do Rei Sol tenta desacreditar o soberano português acusando-o de impotência sexual. Constitui-se assim um tribunal de urgência para julgar o rei e são chamadas a depor uma série de mulheres. Como todos os testemunhos coincidem chega-se a um veredicto: o rei será deposto. Condenado e preso, Afonso abdica a favor do irmão que contrai matrimónio com Maria Francisca.