MOBY DICK (filme)

Um dos mais admiráveis filmes de aventuras de sempre, em que John Huston adaptou o celebérrimo romance de Melville numa grandiosa e revolucionária produção.

Em 1840 o jovem Ishmael chega à vila piscatória de New Bedford e partilha um quarto, numa estalagem, com o estranho arpoador índio Queenqueg. Os dois integram a tripulação do baleeiro ?Pequod?, cujo capitão é o cruel, mutilado e implacável Ahab. No alto mar Ahab adverte os seus tripulantes que esta viagem não é uma vulgar caça à baleia mas uma autêntica expedição punitiva. Ahab deseja obsessivamente encontrar e destruir ?Moby Dick?, uma enorme baleia que lhe arrancou a perna e o desfigurou violentamente para o resto da vida. Quando encontram a baleia Ahab e os seus homens vão ser arrastados para uma trágica morte. A baleia afunda o navio, arrasta todos os homens para a morte e só Ishmael sobrevive para contar a história.

?Moby Dick? é uma das mais notáveis realizações de John Huston e um dos mais exemplares filmes de aventuras de sempre. Admirável adaptação ao cinema de Huston e Bradbury do celebérrimo romance de Herman Melville, sobre o obsessivo e alucinante confronto entre o demencial capitão de um baleeiro e uma enorme e destrutiva baleia, ?Moby Dick? foi na época uma desmedida e revolucionária produção. Desmedida porque alcançou o fabuloso custo, para os anos 50, de 5 milhões de dólares, devido às exigências de realismo de Huston que rodou no alto mar e nas costas da Irlanda, Gales, Portugal, Açores e Ilhas Canárias a bordo de um veleiro com 100 anos, enfrentando tempestades e sujeitando a sua equipa e actores a inúmeros riscos. Revolucionária, pelos seus prodígios técnicos, que incluiram baleias electrónicas com 270 metros de comprimento e várias toneladas de peso, bem como novos processos de trucagem fotográfica. Um portentoso filme de aventuras, que reflecte sobre os desequilíbrios entre o Homem e a Natureza, personificados pelo demencial capitão Ahab, na sua quimérica demanda contra a ira de Deus, e pela gigantesca e mortífera baleia, na sua devastadora missão apocalíptica. Gregory Peck criou um fabuloso Ahab, um dos mais espantosos desempenhos da sua carreira, e Huston concretizou um sonho de vinte anos, que outros tantos depois Spielberg iria refazer de forma não menos impressionante em ?Tubarão?.