Filme do cineasta português Miguel Gomes ("Aquele Querido Mês de Agosto", "Tabu"), último volume da trilogia "As Mil e uma Noites", que começa com "O Inquieto" e "O Desolado", um retrato da sociedade portuguesa, no meio de uma crise social e económica
No terceiro e último volume de trilogia "As Mil e Uma Noites", de Miguel Gomes, Xerazade duvida que ainda consiga contar histórias que agradem ao Rei, dado que o que tem para contar pesa três mil toneladas. Por isso foge do palácio e percorre o Reino em busca de prazer e encantamento. O seu pai, o Grão-Vizir marca encontro com ela na roda gigante, e Xerazade retoma a narração: "Oh venturoso Rei, fui sabedora que em antigos bairros de lata de Lisboa, existia uma comunidade de homens enfeitiçados que, com rigor e paixão, se dedicava a ensinar pássaros a cantar...".
E vendo despontar a manhã, Xerazade calou-se.
Uma história sobre o Portugal de hoje, inspirada em Xerazade e em factos ocorridos entre 2013 e 2014, recolhidos por um grupo de jornalistas. Um retrato da sociedade portuguesa, no meio de uma crise social e económica, durante o período em que o país esteve refém do programa de austeridade.
Num País Europeu em crise, um realizador propõe-se construir uma ficção a partir da miserável realidade onde está inserido.
As Mil e uma Noites, cuja estreia aconteceu em maio na Quinzena dos Realizadores de Cannes, tem a duração de seis horas e está dividido em três volumes autónomos. O Inquieto, O Desolado e O Encantado são os títulos dos três filmes em que se divide a trilogia de Miguel Gomes.