Terra Sangrenta

A admirável história de amizade, coragem e determinação do jornalista americano, Sydney Schanberg, para com o seu amigo cambojano perdido no meio da impressionante desumanidade do regime de morte e extermínio imposto pelos Khmer Vermelhos

Em 1972, Sydney Schanberg, correspondente do "New York Times", foi para o Camboja com a missão de cobrir a guerra entre o exército revolucionário dos Khmer Vermelhos e o regime de Lon Nol. Era assistido por um cambojano chamado Dith Pran e ambos assistiram à tragédia de um país dilacerado pela guerra. Entre o americano e o cambojano nasceu uma forte e sincera amizade, que haveria de marcar o destino de ambos. Quando os Khmer Vermelhos entraram vitoriosos em Phnom Penh, em abril de 1975, Dith salvou a vida de Sydney bem como a de vários jornalistas ocidentais. Estes, porém, foram impotentes para evitar que Dith fosse enviado para a "Terra Sangrenta", os campos de morte de um dos regimes mais vergonhosos e sanguinários do século XX, onde milhões de seres humanos foram vítimas do brutal genocídio montado pelos Khmer Vermelhos. Sydney regressou à América e ganhou um Prémio Pulitzer mas o destino de Dith perturbava profundamente a sua vida.

Produzido pelo célebre David Puttnam, um dos grandes obreiros da renovação do cinema inglês nos anos 80, "Terra Sangrenta" foi um dos mais espantosos filmes dessa década, premiado com os Óscares de Hollywood para o Melhor Actor Secundário e Melhor Fotografia. Primeira longa metragem de Roland Joffé, director teatral e autor de numerosos documentários para televisão, ¿Terra Sangrenta¿ parte de um argumento criado a partir do artigo e da experiência pessoal do jornalista americano Sydney Schanberg, que cobriu a guerra no Camboja e a trágica tomada do poder pelos Khmer Vermelhos em 1975. Através das trajectórias do jornalista americano e do seu amigo e colaborador cambojano, Joffé, recria de forma impressionante o brutal e desumano extermínio de um povo e a destruição de um país às mãos de um regime vergonhoso e intolerável. Acima de tudo, "Terra Sangrenta" é uma comovente história de amizade e coragem, no meio da mais completa subversão de todos os princípios da dignidade humana. Um filme admirável, violento e perturbador, com Sam Waterston e o malogrado Haing S. Ngor nos principais papeis, onde se reflecte para a memória colectiva do Mundo
um dos momentos históricos mais deploráveis da civilização.