Os Amantes Crucificados

Realizado por Kenji Mizoguchi, um dos grandes mestres do cinema japonês, Os Amantes Crucificados relata uma barbárie em tempos de paz e, apesar da crueldade, Mizoguchi faz neste filme um hino ao amor

Kyoto, século XVII. Tratada como uma mercadoria pelo seu marido, um rico mercador, uma jovem de uma família pobre apaixona-se por um dos seus aprendizes e, quando são falsamente acusados de estarem fisicamente envolvidos, decidem fugir da cidade e declaram o seu amor. São perseguidos pelos homens do marido, que quer evitar a humilhação pública de ter sido abandonado pela mulher.

Na oficina de Ishun, o Grande Impressor do Palácio Real, todos observam o cortejo de dois amantes adúlteros que são levados para o local da execução. Osan, mulher de Ishun, precisa de dinheiro para apoiar o irmão e pede ajuda a Mohei, um empregado do marido. Mohei, que ama Osan em segredo, utiliza o selo do impressor para a ajudar no desfalque mas é descoberto e assume as culpas para salvar Osan. Para se vingar, Ishun acusa Mohei de ser amante ilícito de Otama e prende o empregado. Osan, sentindo-se culpada pela situação, ajuda-o a fugir mas os dois são considerados amantes. Embora inocente, Osan abandona a sua casa, desiludida com as traições do marido, e foge com Mohei. Lutando contra todas as adversidades Mohei e Osan acabam por se apaixonar mas são perseguidos pelos homens de Ishun, que procura a todo o custo evitar a humilhação pública de ter sido abandonado pela mulher.