ILHA DA COVA DA MOURA segue o quotidiano deste bairro...
Cova da Moura é sinónimo de problema, de violência, de degradação social. No ano de 2005, dois acontecimentos tornaram este bairro dos arredores de Lisboa num caso de interesse mediático: o homicídio de um polícia que patrulhava as ruas locais e o célebre arrastão que nunca existiu, no dia 10 de Junho, cuja autoria foi desde logo imputada a jovens daquele lugar. Televisões, jornais e fotógrafos nacionais e estrangeiros viraram as suas atenções para este bairro que se ergueu clandestinamente nos anos setenta, entre as freguesias da Buraca e da Damaia, fronteira suburbana entre Lisboa e a Amadora, concelho mais populoso de Portugal. Descobriu-se então a verdadeira Cova da Moura, habitada por uma maioria cabo-verdiana, que ali repete os modos e costumes das ilhas de que são oriundos como forma de combater o desenraizamento e estigma social. Uma ilha de Cabo Verde naufragada em terras portuguesas, a braços com o pesado conceito de exclusão. ILHA DA COVA DA MOURA segue o quotidiano deste bairro, descobrindo nele reflexos de Cabo Verde e procurando os modos como a exclusão social se combate ou perpetua nas vidas dos seus moradores.