São Tomé: Máscaras e Mitos

São Tomé e as manifestações da tradição cultural.

São Tomé, século XXI, antigo entreposto de escravos. Nesta ilha do equador africano, são poucas as diferenças entre os espaços urbano e rural. As manifestações da tradição cultural têm enorme peso na esfera social santomense, de entre as quais se destaca o teatro "Tchiloli ou a Tragédia do Marquês de Mântua e do Imperador Carlos Magno". Com origem em França no século XI, o Tchiloli foi introduzido em São Tomé pelos portugueses, no século XVI. Ao texto renascentista, em verso, é-lhe acrescentado música, dança, trajes, tornando este espectáculo numa manifestação cultural híbrida de fórmulas europeias e africanas, que só é compreensível à luz de uma leitura das características sincréticas da cultura santomense. O teatro do Tchiloli, representado por grupos amadores, integra apenas homens (mesmo nos papéis femininos) que lideram determinados bairros da ilha. O mais popular, tradicional e respeitado grupo é, sem dúvida, o "Tchiloli Formiguinha" do bairro da Boa Morte. Nesta companhia criada pelos irmãos Carvalho, os papéis de maior protagonismo são transmitidos geracionalmente entre membros da família. Os mais velhos tentam a todo o custo manter a tradição no seio familiar.