O filme que projetou Beatriz Costa para o estrelato
A vida, o quotidiano, os costumes pitorescos, as zangas, as rivalidades e as paixões da pequena comunidade saloia da periferia de Lisboa, que se encarregava da lavagem da roupa no rio. Duas famílias, a do tio Jacinto e a sua azougada afilhada Gracinda, e da viúva Quitéria e o seu filho Luís, mantêm entre si uma viva e feroz concorrência no negócio da roupa branca, que os leva a alguns extremos. Tudo se irá, porém, resolver da melhor forma com o aparecimento de uma camioneta comprada em Lisboa, o que vai inaugurar uma nova era no trabalho da lavagem de roupa dos "alfachinhas"
"A Aldeia da Roupa Branca" de Chianca de Garcia é um notável exemplo do cinema português na sua era dourada, que se estendeu dos anos trinta aos anos cinquenta, sobretudo ao nível da comédia de costumes, em que se integra esta divertida e mordaz história de duas famílias saloias que se envolvem numa constante rivalidade, sempre à beira do conflito, para conseguirem as melhores encomendas de roupa para lavar. Garcia contou com um notável leque de talentos na elaboração deste projecto, como as participações de José Gomes Ferreira e de Ramada Curto no argumento, a de Aquilino Mendes na fotografia e Miguel Vieira de Sousa na montagem, este último claramente o grande responsável por essa sequência de antologia que é a emocionante e espetacular corrida de carroças.