João César Monteiro encerra a trilogia dedicada a João de Deus, num filme absolutamente irresistível e deliciosamente desconcertante
As Bodas de Deus, de João César Monteiro, encerra a trilogia dedicada a João de Deus, uma truculenta e singular personagem, figura central de Recordações da Casa Amarela e A Comédia de Deus. O satírico e provocante humor de João César Monteiro, acompanha a trajetória do marginal João de Deus que encontra a fortuna, graças a um sortilégio divino, mas não o caminho da respeitabilidade.
Mal refeito de uma frustrante comédia, tudo parece perdido para o infeliz João de Deus (João César Monteiro). Sentado num banco de jardim, recebe de um enviado de Deus (Luís Miguel Cintra) uma mala cheia de dinheiro. Enquanto conta o dinheiro, ouve um barulho no lago e vai ver o que se passa. A jovem Joana (Rita Durão) está prestes a afogar-se. Sem hesitar, lança-se ao lago e presta-lhe os primeiros socorros. Depois de recuperada, Joana vai para um convento de freiras. Com o dinheiro, João de Deus, agora Barão de Deus, entra na alta sociedade e conhece um magnata do petróleo e jogador compulsivo, o príncipe Omar Raschid (José Airosa). Os dois jogam uma partida de poker onde João ganha ao príncipe a sua fortuna e também a bela princesa Elena (Joana Azevedo). Mas Elena desaparece e leva todo o dinheiro. Acaba-se o dinheiro e também a liberdade, pois João é julgado e preso pela posse de material de guerra. Joana é a única que o visita na prisão e que o espera. Cumprida a pena, João sai e parte com Joana. É o fim da comédia.