Os Caminhos Portugueses Para Santiago Composela

Desde o século XI que a imagem do Peregrino, de bordão, concha e chapéu de aba revirada, enche o imaginário dos povos europeus

O homem solitário, que percorre o Caminho imbuído de espiritualidade, que atravessando os Pirinéus segue fervoroso em busca do túmulo do Apóstolo S. Tiago, companheiro de Cristo, inspirou poetas e prosadores e anima todos os que hoje, por uma razão ou por outra, o percorrem.
Conta a tradição que um ermitão, de nome Paio, que vivia no lugar de Solovio - onde está situada a igreja de São Fiz de Solovio, na Compostela actual, no bosque de Libredón observou durante várias noites sucessivas uns resplendores ou luzes que pareciam uma chuva de estrelas sobre um monte do bosque.
Esta luz ou estrela reveladora da existência do túmulo apostólico converteu-se em um dos símbolos relacionados com Santiago e com o culto jacobeu. Mas não é tão só uma estrela: diz-se que a pegada do Caminho de Santiago está marcada desde sempre na Via Láctea, porque a sua direção indica, também, a do caminhante que vai a Compostela, o que faz com que se conheça esta rota como Caminho das Estrelas...
É este o percurso, na sua dimensão histórica, mítica, religiosa, económica, social, estética, artística, e por isso de escala humana, que nos propomos palmilhar, não como peregrinos de Santiago, mas do conhecimento.