Um espantoso estudo psicológico sobre duas célebres mentalidades criminosas, Bonnie Parker e Clyde Barrow, que Arthur Penn evocou num filme de culto
A história de crimes e aventuras de um dos pares de mafiosos mais célebres da América. Bonnie e Clyde vivem de acordo com as suas próprias regras e captam a atenção de todo um país, pelo pouco tempo que conseguem iludir a polícia. Um espantoso estudo psicológico sobre duas mentalidades criminosas que aterrorizaram a América.
Quando Bonnie Parker (Faye Dunaway) apanha Clyde Barrow (Warren Beatty) a roubar o carro da sua mãe, é amor à primeira vista. Os dois jovens apaixonados, estouvados e imaturos, começam uma onda de crimes por todo o país. Juntos, assaltam bancos, roubam carros e divertem-se loucamente. Após um assalto conhecem C.W. Moss, um mecânico com paixão de carros, que se lhes junta, tal como Buck, o irmão de Clyde, acabado de sair da prisão, e a sua mulher Blanche. Com ousados assaltos conquistam uma reputação de heróis nos estados do sul da América, sempre com a polícia no seu encalço. Quase são presos no Missouri, escapam "por um triz" no Kansas e acabam por ser cercados por um forte dispositivo policial. Buck é morto e Blanche capturada. Bonnie, Clyde e Moss conseguem fugir e refugiar-se na casa do pai de Moss, que os denuncia à polícia em troco de perdão para o filho. Caindo numa cilada, Bonnie e Clyde são metralhados de forma bárbara até à morte.
"Bonnie e Clyde" de Arthur Penn podia ser apenas uma excelente biografia romanceada da vida de crimes e aventuras de um dos pares criminosos mais célebres da América, ou tão só um filme negro construido de forma espetacular e emocionante. Mas sendo tudo isto, o filme de Arthur Penn vai mais longe. Primeiro é um fabuloso e irónico, quase insolente e provocador, estudo psicológico de duas mentalidades criminosas que aterrorizaram a América, embora apenas fossem dois jovens estouvados e imaturos decididos a brincar com o Mundo. Depois, é uma admirável evocação de um tempo e um espaço, os anos da Depressão na América interior, filtrados pelo espírito crítico e ao mesmo tempo fascinado de Penn, que nos dá uma dimensão semi-real e semi-lendária de um dos mais célebres pares de amantes malditos. Um filme portentoso, interpretado de forma soberba por Warren Beatty e Faye Dunaway nos principais papeis, que marcou uma época, definiu novos rumos para o filme negro e tem, até hoje, resistido a todas as imitações.