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BRANCA DE NEVE

Imagem de BRANCA DE NEVE

Géneros

  • Filmes - Drama

Informação Adicional

Um dos filmes mais polémicos e controversos alguma vez produzidos em Portugal, não pelo seu conteúdo mas pela sua particular forma sem imagens, com João César Monteiro a fazer justiça à sua reputação de cineasta radical e provocatório.

Branca de Neve é acordada pelo príncipe da sua aparente morte com um beijo. Depois de deixar o caixão de vidro confronta a rainha, o caçador e o príncipe com as suas angústias e perplexidades. Chega mesmo a desejar regressar para a paz e harmonia dos tempos em que vivia com os anões na floresta e acaba por perceber que é estreita a linha que separa o amor do ódio.

Partindo da adaptação ao cinema de um texto do escritor suíço Robert Walster, por sua vez construido a partir da celebérrima história encantada dos irmãos Grimm, em que reflectia sobre as dúvidas, perplexidades e angústias da Branca de Neve, João César Monteiro criou um filme absolutamente desconcertante. Mais, realizou um filme que é um verdadeiro exercício de anti-cinema. ¿Branca de Neve¿ dura os 75 minutos da declamação do texto de Walser, como se se tratasse de um drama radiofónico. Com excepção dos genéricos, inicial e final, de uma meia dúzia de planos de céu com escassos segundos, uma panorâmica sobre umas ruínas e um plano final de Monteiro, ¿Branca de Neve¿ é um filme a negro. Na verdade, Monteiro decidiu fazer um filme praticamente sem imagens, obrigando os espectadores a ver coisa nenhuma num écran vazio. Não se vê actores, nem guarda roupa, nem adereços, nem décors. Apenas se ouvem os diálogos. Foi esta a opção estética e artística de Monteiro para a sua ¿Branca de Neve¿, que alimentou muita polémica sobre a natureza, as convenções e os rumos do audio-visual que é, no limite, uma experiência pessoal, radical e provocatória tão sui generis como sempre foi a vida e obra de João César Monteiro.

Ficha Técnica

Título Original
BRANCA DE NEVE
Intérpretes
Maria do Carmo, Reginaldo da Cruz, Ana Brandão, Luis Miguel Cintra, Diogo Dória, João César Monteiro.
Realização
João César Monteiro
Produção
Paulo Branco
Autoria
João César Monteiro
Música
Heinz Holliger, Salvatore Sciarrino e Gioacchino Rossini
Ano
2000
Duração
75m (cor) minutos