Fernando Lopes no início dos anos 70 criou, com pudor agressivo, um fascinante drama conjugal, a partir de uma inteligente adaptação da obra de Carlos Oliveira. Com Laura Soveral e João Guedes.
Drama intimista sobre uma complexa e opressiva relação conjugal que o cineasta português Fernando Lopes constrói com notável precisão e subtileza. Um fascinante jogo de conflitos, amarguras, desejos, paixões e fraquezas a partir do romance homónimo do escritor neorrealista português Carlos Oliveira.
Maria dos Prazeres (Laura Soveral) e Álvaro Silvestre (João Guedes) são casados e vivem num meio rural que dominam socialmente. Porém, a sua relação está longe de ser um modelo de felicidade. Na verdade, entre recalcamentos, compromissos e omissões, os dois conseguem manter uma ilusão de unidade que em breve se vai desfazer perante as discórdias que não se podem mais conter.
Partindo da adaptação ao cinema do romance homónimo de Carlos Oliveira, Fernando Lopes, assinava um excelente drama intimista sobre uma complexa, amarga e opressiva relação conjugal.
Um fascinante jogo de conflitos, amarguras, desejos, paixões, fraquezas e recalcamentos, num universo rural e opressivo, que Lopes constrói com notável precisão, subtileza e, nas palavras de José Cardoso Pires, com "pudor agressivo".
Um filme, que estetica e narrativamente, criou ruturas com os modelos convencionais do início dos anos 70, admiravelmente interpretado por Laura Soveral e João Guedes.