Francis Ford Coppola adaptou ao cinema o celebérrimo romance de Bram Stoker num espantoso filme, misto de horror e fantasia, que deu ao mito de Drácula uma dimensão absolutamente deslumbrante.
Na Transilvânia em 1462 o conde Vlad, desnorteado pelo suicídio da mulher no meio dos combates contra o Império Otomano, renega a Igreja e transforma-se num vampiro, sedento de sangue e poderoso servidor das forças do Mal. Quatro séculos depois, em 1897, o conde recebe a visita de Jonathan Harker, funcionário de uma empresa imobiliária londrina, e descobre através de uma fotografia que a noiva de Jonathan, Mina Murray, podia ser a reencarnação da sua amada esposa. O conde entrega Jonathan aos seus maléficos servidores e parte para Londres. Começa por seduzir Lucy, a melhor amiga de Mina, que transforma num vampiro. Esta é eliminada pelo professor van Helsing, um especialista em vampirismo que um grupo de amigos de Lucy e Mina convocaram a Londres. Entretanto, Jonathan consegue fugir do castelo do conde, regressar a Londres e casar com Mina. Isto não a impede de se deixar seduzir pelo magnífico vampiro que no fim acabará por destruir, apesar do seu grande e sincero amor.
Em 1992 Francis Ford Coppola adaptou ao cinema o celebérrimo romance de Bram Stoker "Drácula" que desde os tempos do cinema mudo tem sido motivo de inúmeras versões cinematográficas. Mas nunca antes com a sumptuosidade, a fidelidade e a delirante dimensão romântica desta fabulosa realização de Coppola. Fiel adaptação do romance de Stoker o "Drácula" de Coppola é uma espécie de longo poema gótico, misto de horror e maravilhoso, construído com notável inventiva visual que o transforma igualmente num delirante espectáculo cinematográfico. Coppola segue a par e passo o romance e descreve a história do vampiro da Transilvânia entre o século XV, quando perdeu o amor da sua vida e se tornou num poderoso agente do Mal, e os finais do século XIX, ao redescobrir a mulher perdida, mas nunca esquecida, na pessoa de uma doce e encantadora jovem inglesa que seduz e por quem se deixa seduzir até às últimas consequências. Coppola reflecte de forma inteligente e inesperada sobre as relações entre o sexo e a morte e entre o amor e a redenção, num filme que, como nenhum outro, foi capaz de captar toda a essência de um dos mais sólidos mitos da literatura e do cinema. Um filme a vários títulos admirável, com Gary Oldman, Winona Ryder, Anthony Hopkins e Keanu Reeves nos principais papeis.