A evocação dos campos de concentração nazis
Estreado no Festival de Cannes de 1956, Nuit et Brouillard continua a ser simplesmente o melhor filme alguma vez feito sobre os campos de concentração. Alain Resnais pesquisou durante quatro anos os materiais disponibilizados pela Comission d¿ Histoire de la Déportation, entidade que fez a encomenda do filme. A abundância de imagens disponíveis, pela sua carga emotiva, constituía em si mesma uma armadilha, visto apontar no sentido de uma denúncia já feita.
Resnais, que conta aqui com a colaboração de Chris Marker, contornou essa dificuldade a partir de uma reflexão sobre esses materiais que é, ao mesmo tempo, uma reflexão sobre a memória e o esquecimento, como, aliás, acontece em todo o seu cinema.
Acresce que o filme tem texto do grande escritor Jean Cayrol, ele próprio um ex- internado no campo de concentração de Mathausen e autor de Poémes de la Nuit et Brouillard.
Desta combinação de talento e experiência vivida resultou uma das obras-primas absolutas de toda a História do Cinema: "Nuit et Brouillard".
"Nuit et Brouillard" recebeu o Prémio Jean Vigo em 1956, o Grande Prémio do Cinema francês em 1956 e a amedalha de ouro do festival de Karlovy Vary em 1957.