MANHATTAN

Um dos mais belos e admiráveis filmes de Woody Allen que é uma emotiva e poética homenagem a Nova Iorque, filmada em glorioso preto e branco ao som de Gershwin, cenário por excelência das mais memoráveis histórias de amor.

Isaac Davis escreve comédias para televisão mas anda descontente com o seu trabalho. Decide então dedicar-se a escrever um livro sobre Nova Iorque e os seus habitantes. Entretanto tem um romance com Tracy, uma adolescente de 17 anos. A sua ex-mulher Jill, vive agora com outra mulher e prepara-se para publicar um livro sobre a vida íntima de Isaac. Depois envolve-se romanticamente com a amante do seu melhor amigo e finalmente convence Tracy a não se deixar prender por um homem com mais do dobro da sua idade, apesar de lhe confessar todo o seu amor.

"Manhattan" é uma das obras-primas da carreira de Woody Allen e um dos seus filmes mais comoventes e sensíveis, ainda que inteligentemente hilariante. Das relações amorosas entre um homem de 42 anos com uma garota de 17 às reuniões mundanas onde se discute o orgasmo em grupo, passando pela vida atribulada de mulheres que se separam dos maridos para viverem com outras mulheres ou inventam problemas neuróticos para se sentirem vivas e desejadas, Woody constrói uma espécie de mordaz e irónica radiografia intlectual e sentimental de uma classe particular numa cidade inconfundível. Acima de tudo, "Manhattan" é um poema visual e emotivo sobre Nova Iorque, glorificada a preto e branco pela magnífica fotografia de Gordon Willis e mergulhada na imortal música de Gershwin. E, algures, entre a ironia e a nostalgia Woody reflecte sobre a vida numa cidade e sobre uma cidade onde se cruzam e perdem muitas vidas. Uma obra deslumbrante, onde a inteligência da observação maliciosa e a emotividade romântica da evocação se combinam de forma magistral numa comédia dramática com o próprio Woody no principal papel ao lado de um punhado de grandes actrizes, como Diane Keaton, Meryl Streep, Anne Byrne e a jovem Mariel Hemingway.