Num comboio entre Pequim e Xangai, no meio de uma guerra civil, Sternberg criou uma espantosa história de amor e aventura, com Marlene Dietrich e Clive Brook.
O Expresso de Pequim para Xangai prepara-se para iniciar a sua longa viagem de três dias através da China, que se encontra mergulhada na guerra civil. A bordo o reverendo Carmichael confessa ao capitão Harvey, do Corpo Médico Britânico, que há mulheres de ?almas perdidas? naquele comboio, nomeadamente a conhecida aventureira e senhora de duvidosa reputação Shangai Lily, a ?Flor Branca da Costa da China?. A viagem vai ser particularmente acidentada e emocionante, sobretudo quando o rebelde Senhor da Guerra, Henry Chang, toma o comboio e faz os passageiros reféns, entre eles o capitão Harvey e Lily. Os dois quase tinham casado, há uns anos, e Lily continua apaixonada por Harvey que salva das sinistras intenções de Chang. Este, por seu lado, é morto pela prostituta chinesa Hui Fei que acaba por salvar os passageiros do comboio de um destino sinistro.
Mais uma vez com argumento de Jules Furthman, o duo Marlene Dietrich-Josef von Sternberg embarcava numa nova aventura exótica em longínquas paragens com ?O Expresso de Xangai?. Como era normal, esta história itinerante que se desenrolava a bordo de um comboio entre Pequim e Xangai no meio de uma China devastada pela guerra civil, foi inteiramente filmada em estúdio em Hollywood, prodigiosamente servida pelo poder da ilusão e da manipulação do cinema de Sternberg, e por magistrais trabalhos de fotografia, guarda roupa e direcção artística. Marlene é, mais uma vez, uma prostituta apaixonada, que revela inesperado carácter, dignidade e coragem no meio de uma situação de alta tensão. Isto, para além de impôr a sua deslumbrante beleza e fascínio sensual, ao lado de Clive Brook, nesta história de amor e sacrifício em atmosfera de guerra, que foi o mais estrondoso êxito de Sternberg na América.