Ponto alto do teatro musical do início do século XX, a única ópera de Béla Bartók "O Castelo do Barba Azul" foi composta para um texto de Béla Balázs em 1911. A história do Barba Azul tem o seu arquétipo literário nos contos de fadas de Charles Perrault e conta a história de um assassino de esposas que proíbe a sua última mulher, movida pela curiosidade, de abrir uma porta atrás da qual escondeu as suas vítimas anteriores. A ópera de Bartók desenvolve-se inteiramente a partir do diálogo entre os dois protagonistas, Barba Azul e Judite, revelando uma abordagem do drama como uma espécie de campo de força espiritual e emocional. "Onde fica o palco: fora ou dentro?", como diz o prólogo, um convite ao público para se questionar sobre a natureza enigmática do teatro enquanto reverberação alusiva do real.