Próxima Dança - Sombras e Pó
01 jul. 2022
Da penumbra surge um impulso.Uma respiração.O ímpeto de um corpo que se desorganizaQue se balança entre a suspensão e a quedaQue se preenche de paixão e dorQue se equilibra entre a vida e a morte.O corpo fala de si mesmo.Vive cada movimento como uma tempestade revolta numa emoção desgovernada.Perdendo o controlo.Fazendo-se música.Um corpo infinito.Que acontece, antes de pensar que o pode ser.Que se arrisca na luz.Que se tomba neste chão infértil. O Corpo que é manifesto.Revolucionário e anárquico.Um corpo que é honesto na sua rebeldia.E no fugidio instante em que quase se alcança já deixou de ser corpo.Já deixou de ser música.E da tempestade fica apenas um rasto de sombras e pó.