A solidão, a grande causa da luta pelo amor-próprio no tempo das redes. A busca pelo sentido da vida e pela aprovação. Adelaide procura na Rede alguma ordem para impor ao caos e à incerteza da sua vida. As aplicações dão jeito: seja o Wanted para saber quem a acha atraente, seja o Sleeping Hero para ter controlo sobre o sono e os sonhos. O que há de confortante nesta Rede, onde a esquizofrenia se intensifica e a modernidade vertiginosa espreita entre combates online que opõem políticos perigosos e activistas mascarados, o non sequitur dos conteúdos partilhados, o simultâneo de identidades, entre playboys pugilistas e velhotas de instagram.
MAIS INFOAdelaide Caixinha Uma cyber-série entre a ficção e o documentário sobre a comunicação no tempo das redes
A "Rede" vai tomar conta da televisão. Fazer login e assumir o controlo. Descobrir, deslumbrada, o caos onde tudo cabe; e acabar à procura, desesperadamente à procura. Quer pôr-nos ao espelho. Diante da nossa obsessão. Do absurdo, ocasionalmente visitado por momentos de salvação.
Poemas e notificações. Pêsames, engates e indignações. Literatura, sexo e gatinhos. Amigos e amigos desconhecidos. Seguidores, haters e emojis. Selfies, gifs, live streams, posts, tweets e comments. Filtros sobre o que dói. Conversas, confissões, reportagens, sketches, ficções, subversões, reflexões, contaminações com e pelo real, excesso de informação, cacofonia. Às vezes, apenas silêncio e contemplação. Uma cyber-série entre a ficção e o documentário sobre a comunicação no tempo das redes. Que "A REDE esteja convosco".