Em Nome do Ouvinte III A edição de cada programa é disponibilizada em texto e áudio na página do Provedor do Ouvinte às terças-feiras, depois da respectiva transmissão pelo conjunto das estações da RDP. Antes de referir o meu entendimento sobre o que considero que deve ser a função de Provedor do Ouvinte, pretendo render homenagem aos meus antecessores neste cargo: José Nuno Martins e Adelino Gomes. De resto, sei que suceder-lhes implica uma responsabilidade acrescida.
A José Nuno Martins, o ‘histórico’ primeiro Provedor do Ouvinte em Portugal, se deve o desbravamento de um caminho difícil com notável coragem e determinação.
Adelino Gomes, a quem directamente sucedo, soube sempre imprimir ao seu mandato um cunho de grande seriedade e exigência culturais.
Ambos são credores do meu reconhecimento pessoal e profissional. A estes mestres ‘oficiais do mesmo ofício’, fico a dever o apoio e a disponibilidade manifestados desde a primeira hora da minha indigitação.
Relativamente ao exercício da função de Provedor do Ouvinte, e na linha da avaliação que atrás manifestei, assumo que não haverá rupturas relativamente às grandes linhas de actuação dos anteriores Provedores. No essencial estou de acordo com as suas linhas de reflexão e actuação. Isto sem prejuízo de, inevitavelmente, vir a introduzir ao exercício da actividade um modo próprio e adequado às minhas próprias ‘circunstâncias’.
Entendo que, sendo o Provedor do Ouvinte um mediador, entre os Ouvintes que representa, a estrutura da empresa, a quem está concessionada a prestação do Serviço Público, e os seus profissionais, este deverá sempre orientar a sua acção à luz das regras em vigor para a Rádio Pública e da sua própria experiência profissional.
Assim, não hesitarei em cumprir as prerrogativas que a Lei me confere para levar a visão crítica dos Ouvintes até aos profissionais da RDP, questionando-os e incitando-os a reavaliarem opções e actuações profissionais. De igual modo procederei junto das estruturas, questionando, sempre que for caso disso, os meios e as condições para o exercício livre e fecundo da actividade radiofónica dos seus profissionais.
Sempre que tal seja pertinente, procurarei que o debate sobre o Serviço Público e o seu exercício sejam alargados a outros actores e instâncias, convocando-os para o exercício duma reflexão crítica alargada.
Finalizo reafirmando a minha total disponibilidade para ouvir e agir em prol de um cada vez melhor Serviço Público de Radiodifusão.
Mário Figueiredo