Em Portugal, entre o 25 de abril de 1975 e o 25 de novembro de 1975 praticamente todo o Alentejo e as grandes propriedades do Ribatejo mudaram de mãos: mais de um 1 milhão e 200 mil hectares de terra foram ocupados por trabalhadores rurais e mais tarde expropriados ou nacionalizados. Apesar das proporções que atingiu, a reforma agrária portuguesa não foi dirigida pelo Estado central, não resultou de uma ação programada, não foi feita a regra e esquadro com data e hora marcadas. Foi um processo, fruto da iniciativa dos agentes e grupos sociais e políticos mais ativos em cada herdade ou freguesia, que contaram com o apoio cúmplice de um poder volátil e da passividade impotente dos proprietários.
Este segundo e último episódio abrange o chamado Verão Quente, entre o 11 de março e o 25 de novembro de 1975, em que decorreram a maior parte das ocupações de terras.
MAIS INFOReforma Agrária
Um Homem Só Não Vale Nada Uma série documental de dois episódios (A Sede da Espera e Um Homem Só Não Vale Nada), da jornalista Margarida Metello, sobre a implantação da reforma agrária em Portugal entre o 25 de Abril de 1974 e o 25 de Novembro de 1975
Para uns foi a maior conquista da revolução, para outros um roubo promovido pelo próprio Estado. Mais de 40 anos depois do 25 de Abril, a Reforma Agrária continua a dividir os portugueses que a viveram dos dois lados da barricada: trabalhadores e proprietários.