Um sonho de grandeza, desejo de reforma ou um plano sinistro para tomar o poder?
Em outubro de 1922, os milicianos do Partido Nacional Fascista marcharam sobre Roma para pressionar a classe dominante, o que resultou na ascensão de Mussolini (1883-1945) ao poder e marcou o início de 20 anos de governo totalitário. A história de dois manifestantes leva-nos ao cerne dos acontecimentos.
28 de Outubro de 1922 é, convencionalmente, a data da marcha sobre Roma. Algumas fontes descrevem vinte e seis mil fascistas armados, posicionados no campo romano, prontos para invadir a capital. Outras limitam o número de camisas negras a apenas catorze, quinze ou dezasseis mil. Independentemente de quantos fossem, o que importa é o valor simbólico da ação de marchar sobre Roma: os milicianos do Partido Nacional Fascista tinham como objetivo impressionar o governo liberal à frente da Itália e pressionar a classe dominante, em particular o rei e as forças da lei e da ordem. Um golpe revolucionário? Um golpe de Estado em nome da ?verdadeira? Nação Italiana? Mais de 100 anos depois da marcha sobre Roma, o documentário traz uma nova luz sobre a certidão de nascimento simbólica da nação fascista italiana. A primeira vez que a hierarquia fascista de Mussolini e o Duce colocaram a possibilidade de uma marcha sobre Roma foi em agosto de 1922, após a violenta repressão da greve geral promovida pelos sindicatos e pelas forças de esquerda. Para compreender melhor o carácter inclusivo do fascismo, que a marcha sobre Roma brilhantemente incorporou, o documentário centra-se em torno de duas personagens que participaram nos acontecimentos de 1922, Ines Donati e Ernesto Alvino. Numa contagem decrescente, de Agosto a 28 de Outubro, o documentário reconstitui a operação da marcha sobre Roma e as suas consequências imediatas: sonho de grandeza, desejo de reforma ou plano sinistro para tomar o poder?