Por mares nunca de antes navegados
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Por mares nunca de antes navegados

Ode Nunca manhã suave - Isabel Almeida (leitura de André Gago)|Ep. 604 mar. 2025

Um exemplo de galanteio, ostentando a reverência que era de regra nos códigos do amor vigentes no tempo de Camões; um exercício poético subtil e audaz, construído em estreito diálogo com a tradição literária.

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Ep. 6

Duração: 7min

Género: Música

Antena2

Um exemplo de galanteio, ostentando a reverência que era de regra nos códigos do amor vigentes no tempo de Camões; um exercício poético subtil e audaz, construído em estreito diálogo com a tradição literária. MAIS INFOOde “Nunca manhã suave” Nunca manhã suave, / estendendo seus raios pelo mundo / despois de noite grave, / tempestuosa, negra, em mar profundo, / alegrou tanto nau, que já no fundo / se viu em mares grossos, / como a luz clara a mim dos olhos vossos. // Aquela fermosura / que só no virar deles resplandece, / com que a sombra escura / clara se faz, e o campo reverdece / quando meu pensamento s’entristece, / ela e sua viveza / me desfazem a nuvem da tristeza. // O meu peito, onde estais, / é, para tanto bem, pequeno vaso; / quando acaso virais / os olhos, que de mim não fazem caso, / todo, gentil Senhora, então me abraso / na luz que me consume, / bem como a borboleta faz no lume. // Se mil almas tivera / que a tão fermosos olhos entregara, / todas quantas tivera / polas pestanas deles pendurara, / e, enlevadas na vista pura e clara / (posto que disso indinas), / se andaram sempre vendo nas mininas. // E vós, que descuidada / agora vivereis de tais querelas, / d’almas minhas cercada / não pudésseis tirar os olhos delas; / não pode ser que, vendo a vossa antr’elas, / a dor que lhe mostrassem, / tantas ?a alma só não abrandassem. // Mas pois o peito ardente / ?a só pode ter, fermosa Dama, / basta que esta sòmente, / como se fossem duas mil, vos ama, / para que a dor de sua ardente / flama convosco tanto possa / que não queirais ver cinza ?a alma vossa. // Um exemplo de galanteio, ostentando a reverência que era de regra nos códigos do amor vigentes no tempo de Camões; um exercício poético subtil e audaz, construído em estreito diálogo com a tradição literária. Nunca manhã suave, / estendendo seus raios pelo mundo / despois de noite grave, / tempestuosa, negra, em mar profundo, / alegrou tanto nau, que já no fundo / se viu em mares grossos, / como a luz clara a mim dos olhos vossos. // Aquela fermosura / que só no virar deles resplandece, / com que a sombra escura / clara se faz, e o campo reverdece / quando meu pensamento s’entristece, / ela e sua viveza / me desfazem a nuvem da tristeza. // O meu peito, onde estais, / é, para tanto bem, pequeno vaso; / quando acaso virais / os olhos, que de mim não fazem caso, / todo, gentil Senhora, então me abraso / na luz que me consume, / bem como a borboleta faz no lume. // Se mil almas tivera / que a tão fermosos olhos entregara, / todas quantas tivera / polas pestanas deles pendurara, / e, enlevadas na vista pura e clara / (posto que disso indinas), / se andaram sempre vendo nas mininas. // E vós, que descuidada / agora vivereis de tais querelas, / d’almas minhas cercada / não pudésseis tirar os olhos delas; / não pode ser que, vendo a vossa antr’elas, / a dor que lhe mostrassem, / tantas ?a alma só não abrandassem. // Mas pois o peito ardente / ?a só pode ter, fermosa Dama, / basta que esta sòmente, / como se fossem duas mil, vos ama, / para que a dor de sua ardente / flama convosco tanto possa / que não queirais ver cinza ?a alma vossa. // Um exemplo de galanteio, ostentando a reverência que era de regra nos códigos do amor vigentes no tempo de Camões; um exercício poético subtil e audaz, construído em estreito diálogo com a tradição literária.

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Género: Música Antena2

Coordenação de José Bernardes,
com Frederico Lourenço, Isabel Almeida, Micaela Ramon Moreira, Zulmira Santos,
e leituras por André Gago

Em parceria com a Comissão para as Comemorações do V Centenário do Nascimento de Luís de Camões

duração total 7min
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16 episódios disponíveis

Os Lusíadas, III, 20-21 - Zulmira Santos (leitura de André Gago)

Ep. 16 13 mai. 2025

Camões descreve Portugal como «cume da cabeça» da Europa, tornando patente um amplo conhecimento de mapas, referindo-se às representações cartográficas da Europa como uma jovem coroada, ditas ginecomórficas.

Soneto 93 - Micaela Ramon (leitura de André Gago)

Ep. 15 06 mai. 2025

Nas quadras deste soneto é apresentada a tese de que o amor é um sentimento capaz de toldar a razão; nos tercetos, o sujeito poético pessoaliza as afirmações esclarecendo que resultam da sua experiência pessoal.

Os Lusíadas, X, 8-9 - Isabel Almeida (leitura de André Gago)

Ep. 14 29 abr. 2025

Entre a euforia e o desânimo, ou do desânimo à euforia – a oscilação repete-se em diversos lugares d’Os Lusíadas. Resistir ao cansaço, vencer o desespero que a vida e o mundo provocam – eis o gesto no começo do canto IX.

Os Lusíadas 5.88-89 - Frederico Lourenço (leitura de André Gago)

Ep. 13 22 abr. 2025

Nas estâncias finais da narração de Vasco da Gama, Camões invoca os poetas clássicos Homero e Vergílio. O comentário centra-se na questão da atitude de Camões em relação a Homero.

Soneto Um mover d’olhos brando e piedoso - Zulmira Santos

Ep. 12 15 abr. 2025

Soneto «inspirado» em Petrarca e na tradição petrarquista, que desenha o perfil e os movimentos, aparentemente serenos, da «donna angelicata» que, qual Circe, enfeitiça e metamorfoseia. (leitura de André Gago)

Cantiga “Quem tão mal vos empregou” - Micaela Ramon

Ep. 11 08 abr. 2025

Cantiga dedicada à lamentação pela perda do objeto amado. Camões faz sobressair o lado humano do amante despeitado que sofre por amor emitindo juízos sobre as escolhas da amada (leitura de André Gago).

Os Lusíadas, V, 1-5 - Isabel Almeida (leitura de André Gago)

Ep. 10 01 abr. 2025

Ao longo d’Os Lusíadas, Camões vai revelando uma visão crítica sobre a história. Quando se trata de celebrar a descoberta proporcionada pela viagem, porém, o seu olhar é optimista. O início do canto V serve de exemplo.

Soneto 38 O cisne quando sente ser chegada - Frederico Lourenço

Ep. 9 25 mar. 2025

Soneto camoniano que se insere no interesse quinhentista sobre o tema do cisne, não só em consequência do poeta romano Horácio como de uma canção de Arcadelt que fez êxito na época (leitura de André Gago)

Soneto Erros meus, má fortuna, amor ardente - Zulmira Santos

Ep. 8 18 mar. 2025

Um dos sonetos mais conhecidos de Camões, registado pela primeira vez na edição das Rimas de 1616. Meditação sobre os poderes do amor, força cósmica que tudo que tudo transforma e pode levar à perdição

Sois uma dama - Micaela Ramon (leitura de André Gago)

Ep. 7 11 mar. 2025

Eis o retrato de uma mulher que é o oposto da figura petrarquista idealizada (feia e má em vez de bela e graciosa). No entanto o poema presta-se a uma dupla leitura revelando o caráter lúdico da poesia de corte.

Ode Nunca manhã suave - Isabel Almeida (leitura de André Gago)

Ep. 6 04 mar. 2025

Um exemplo de galanteio, ostentando a reverência que era de regra nos códigos do amor vigentes no tempo de Camões; um exercício poético subtil e audaz, construído em estreito diálogo com a tradição literária.

Soneto 6 - A morte de D. António de Noronha - Frederico Lourenço

Ep. 5 25 fev. 2025

O jovem D. António de Noronha morreu durante o serviço militar em Ceuta, morte que causou evidente desgosto a Camões. O comentário aborda a importância deste jovem fidalgo na poesia de Camões (leitura de André Gago)

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