As mulheres não podiam votar em pé de igualdade. Não podiam sair do país sem autorização do marido. Não podiam ser magistradas nem diplomatas. Nem tão pouco enfermeiras se fossem casadas. Se a ditadura era limitativa para todos, para as mulheres, em particular, era um regime que as reduzia à condição de mães e donas de casa.
O 25 de abril de 74 trouxe promessas de igualdade de género. As mulheres passaram a ser livres para fazer as suas escolhas e desafiaram as regras. Tornaram-se governantes, juízas, começaram a conduzir camiões e a trabalhar nas obras. Passaram a estar em maioria na universidade e a contar com direitos sexuais e reprodutivos que lhes deram o poder de decidir as suas vidas.
Mas a paridade ainda é uma realidade distante. As mulheres continuam a ganhar menos do que os homens pelo mesmo trabalho, estão menos representadas no Parlamento e na administração de grandes empresas e também em profissões ligadas à ciência e à tecnologia. Trabalham mais horas, principalmente nas tarefas domésticas e de prestação de cuidados à família.
Através do testemunho de mulheres (e também de alguns homens) que lutaram pela promoção da igualdade de género, este documentário acompanha as maiores conquistas feitas no feminino ao longo das últimas cinco décadas, enquanto apresenta os desafios e as maiores urgências para alcançar a desejada igualdade.
Das licenças de parentalidade ao diferencial remuneratório, das quotas de género à violência doméstica, os temas que mais importam ao empoderamento das mulheres são abordados por artistas, ativistas, empresárias e governantes, figuras destacadas nas conquistas em prol de um maior equilíbrio de género.